Na última sexta-feira, 17, a FAPA – Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária promoveu o Giro Técnico de Cultivos Outonais. Essa é a terceira vez que a Fundação realiza o evento em um formato onde os cooperados recebem orientações dos pesquisadores e de fornecedores, enquanto visitam as parcelas de experimentos conduzidos pela equipe interna.
De acordo com o pesquisador Juliano Luiz de Almeida, coordenador do evento, o plantio no período de intervalo entre as safras de verão e inverno é importante por vários motivos, entre eles a proteção do solo. “Os cultivos outonais representam uma questão de sustentabilidade. Entre a colheita do verão e o início do plantio do inverno as áreas podem ficar de 90 a 120 dias descobertas. Ao trabalhar com os cultivos outonais, colocamos mais matéria seca no solo, o que ajuda a evitar a erosão. Essa camada também protege contra plantas daninhas”, explicou.
Atualmente, entre os cooperados da Agrária, a aveia preta é o cereal mais plantado para cobertura de solo durante o outono. Além de servir como proteção, ela também é útil na pecuária.
Entretanto, outros cultivos podem ser usados, com o objetivo de agregar rentabilidade ao produtor. É o caso do trigo mourisco, que teve aumento de área por aqui nos últimos anos, e da canola. No evento, os produtores conheceram também a carinata, que serve como matéria-prima para produção de biocombustível. “No caso do trigo mourisco, por exemplo, a casca é usada na Europa, para fabricação de travesseiros. Já a farinha é muito utilizada na culinária japonesa. São produtos que têm um valor agregado bem interessante”, pontuou o pesquisador.