Em 5 de fevereiro de 2024, a Farmácia Semmelweis completou seu décimo ano de atuação nas atuais e modernas instalações, situadas na Colônia Vitória. Empenhada na promoção da saúde e do bem-estar da comunidade de Entre Rios, a Semmelweis ressalta a importância da conscientização acerca dos perigos da automedicação. Embora o cotidiano agitado leve muitos pacientes a buscar soluções rápidas ou paliativas, existem diversos riscos escondidos na medicação realizada sem o devido acompanhamento médico.
Além da farmácia, a Fundação Semmelweis conta também com o único hospital em um raio de 30 quilômetros e que atende os cerca de 15 mil habitantes do distrito de Entre Rios. Toda a receita obtida pela Farmácia Semmelweis, por meio da venda de medicamentos e de produtos de bem-estar, é revertida para a manutenção do hospital.
E a preocupação com a automedicação levou a instituição a buscar formas de conscientizar a comunidade. Segundo a médica Sabine Buckmann Holdorf, do Hospital Semmelweis, mesmo medicamentos conhecidos pelos pacientes podem ser prejudiciais ou até mesmo fatais, quando ingeridos sem orientação médica, na dose errada ou se mal armazenados. “Hoje em dia a influência da internet é muito grande. O paciente ‘consulta’ no Google e toma um medicamento que pode interferir e até mascarar uma doença que, normalmente, teria tratamento, mas quando a pessoa finalmente procura ajuda especializada, já não tem mais o que possa ser feito”, alerta. “Isso ocorre porque se toma o remédio apenas para aliviar sintomas e não para tratar a causa, gerando um quadro clínico que pode ser muito difícil ou perigoso”.
Pesquisas indicam que 77% dos brasileiros se automedicam, com 47% usando mensalmente fármacos sem prescrição médica e 25%, semanalmente ou diariamente. A falta de um atendimento médico facilitado na maior parte do país é um dos motivos para esse comportamento, segundo a médica.
Perigos em casa
Já a farmacêutica Géssica Letícia Caldas, colaboradora da Farmácia Hospitalar, aponta para o hábito de acumular medicamentos em casa, como outro fator preocupante, aumentando os riscos de resistência bacteriana e do uso incorreto. Soma-se a isso o armazenamento inadequado, o risco de ingestão acidental por crianças, troca de medicamentos, intoxicação e uso de produtos vencidos. “Ocorre muito: o paciente iniciou um tratamento, no qual o médico prescreveu um antibiótico, mas após três dias começou a se sentir melhor, parou de tomar e guardou o que sobrou. Meses depois ela tem os mesmos sintomas e toma o restante daquele mesmo remédio”, relata Géssica. “Isso é prejudicial tanto porque ele pode estar com outra doença e o remédio seja inadequado, quanto pela criação do que chamamos de resistência bacteriana. Um problema de saúde sério, que pode levar ao óbito e que já tem preocupado as autoridades mundiais de saúde”.
Quando armazenados, os medicamentos devem estar em temperaturas entre 15 e 30°, não devem ficar na geladeira (a não ser que esteja prescrito no modo de uso), deve-se evitar deixar em locais úmidos ou expostos ao sol. “Deixar no carro, nem pensar. Com o armazenamento inadequado, o remédio perde a eficácia”, frisa a farmacêutica.
É essencial entender ainda a diferença entre medicamentos que exigem prescrição médica e os Medicamentos Isentos de Prescrição Médica (MIP`s). Mesmo para os MIP`s, a consulta com o médico e a orientação de um farmacêutico são fundamentais para garantir o uso seguro.
A Farmácia Semmelweis reitera seu compromisso em promover o uso racional de medicamentos e a importância da orientação profissional. Lembre-se: ao persistirem os sintomas, um médico deve ser consultado. “O importante é investigar. Claro, tomar um remédio para dor de cabeça em uma ocasião especifica, não é o fim de mundo. Mas se a dor persistir, é necessário procurar um médico”, pondera a doutora Sabine. Afinal, a missão da Fundação Semmelweis é assegurar que a saúde e segurança dos pacientes estejam sempre em primeiro lugar.